Edição 10 - Julho/2021 | Editorial

A hora e vez da ciência e da literatura – juntas e combinadas

Foto: Equipe SP Leituras.

Se há duas coisas que não só não andam juntas, como quase que se repelem, é o par literatura e ciência. Na escola, é bem fácil encontrar aqueles e aquelas que ou preferem as aulas de ciência (matemática, física, biologia) e quem é das humanas (literatura, história, geografia etc.). Dizer que é um Fla-Flu sem sentido – e é – não altera o fato de que a divisão existe e determina muitas das escolhas feitas num momento crucial das nossas vidas.

Para ser um tanto do contra, como manda o espírito instigante das oficinas do projeto Literatura Brasileira no XXI, a Biblioteca de São Paulo apostou no inusitado. Que combinação sai se, para celebrar o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, agora em 8 de julho, colocarmos ciência e literatura lado a lado? De modo a dar mais uma volta nesse parafuso, fugiu-se ao lugar-comum (que nem por isso é desinteressante, reste claro) de não apostar todas as fichas na ficção científica, o filão que tende a dar forma literária à ciência.

Mas o inusitado da coisa é só uma das pontas dessa junção a que se propôs a Biblioteca de São Paulo. A outra é a urgência do tema. Só mesmo fechando os olhos com muita força para não perceber o véu obscurantista que se estendeu sobre o país. Um obscurantismo insidioso, perverso, que ataca em várias frentes, sem dúvida, mas que tem na dimensão humanista da literatura e na objetividade do pensamento científico dois dos seus principais alvos. Assim, uma literatura que põe em diálogo duas áreas do conhecimento indevidamente distanciadas também faz ver que a ciência tem uma forte grandeza humana e a literatura pode ser uma forma objetiva de conhecer o mundo.

Leia também

O sertão em cada um

O Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), vem norteando oficinas do projeto Literatura Brasileira no XXI. Neste mês de março, o foco é o Brasil Sertanejo, cujos traços culturais, econômicos e sociais são localizados pelo estudioso principalmente na região que hoje chamamos de ...

Leia Mais!
Caipira: um causo do Brasil

Inspirado no Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), o projeto Literatura Brasileira no XXI segue com seu novo ciclo. Depois da primeira ação mais panorâmica, a segunda concentra-se numa das cinco unidades geográficas, econômicas, étnicas e culturais do país: o Brasil caipira.S...

Leia Mais!
Literaturas dos Brasis

O projeto Literatura Brasileira no XXI abre novo ciclo, voltado às nossas diversidades regionais. Inspiradas no Povo Brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro (1922-1997), as oficinas visam discutir a literatura de cada Brasil descrito nessa obra fundamental: caipira, sertanejo, caboclo, crioulo e sulin...

Leia Mais!
Em todos os tempos: vozes indígenas

O projeto Literatura Brasileira no XXI fecha o ciclo de oficinas em defesa da democracia. Sabíamos que o tema era relevante, diante do ambiente político tomado por sectarismos. Queríamos contribuir para o debate, exercendo nossa função cultural, educacional e social. E de saída, com os ataque...

Leia Mais!
Em todos os tempos: vozes indígenas

O projeto Literatura Brasileira no XXI fecha o ciclo de oficinas em defesa da democracia. Sabíamos que o tema era relevante, diante do ambiente político tomado por sectarismos. Queríamos contribuir para o debate, exercendo nossa função cultural, educacional e social. E de saída, com os ataque...

Leia Mais!
Corpo negro de mulher: consciência

Desde o início em 2020, o projeto Literatura Brasileira no XXI vem propondo ações pelo Dia da Consciência Negra (20/11). Já são quatro oficinas que geraram tanto produções literárias quanto críticas, um rico material disponível em nosso portal. Nunca é demais defender a igualdade racial...

Leia Mais!