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O legado de Clarice Lispector para a literatura brasileira no século XX

Clarice Lispector em 1969
Maureen Bisilliat/ Acervo IMS

Nascida Chaya Pinkhasovna Lispector, em 10 de dezembro de 1920, na cidade ucraniana de Chechelnik, Clarice recebeu seu nome ocidental ao aportar no Brasil em 1922. Morou nas capitais de Alagoas e de Pernambuco antes de se fixar com a família no Rio de Janeiro. Fez faculdade de Direito, mas não exerceu a profissão. Trabalhou como jornalista, onde seu estilo fluído fez sucesso. Na literatura, no entanto, encontrou sua força de expressão, com uma obra singular, que contestava o cânone vigente.

Autora de contos e romances de cunho existencial e psicológico, Clarice concentrava-se mais no mundo interior de seus personagens – em especial das mulheres – do que na elaboração dos enredos. De “Perto do Coração Selvagem” (1943) até “A Hora da Estrela” (1977), passando por “A Paixão Segundo G.H.” (1964), sua obra se firmou por contestar as tendências correntes na literatura naquele momento, do regionalismo ao realismo.

Em 1943, Clarice se naturalizou brasileira. Ela se casou com um diplomata, Maury Gurgel Valente, e morou nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Suíça. Ao mesmo tempo, abandonou o jornalismo e pode se dedicar mais à literatura. Ela morreu em 1977, um dia antes de completar 57 anos, em consequência de um câncer de ovário. Deixou dois filhos, Pedro e Paulo, e uma obra composta de romances, novelas, contos, crônicas, literatura infantil e entrevistas.