Edição 49 - Outubro/2024 | Tema

Amazônias poéticas: culturas, heterogeneidades, hibridismos

Ilustração: Fernando Siniscalchi

Em estudo primoroso, Ana Pizarro (2012) detecta que os escritos sobre Amazônia possuem uma especificidade. A grandiosidade da floresta e a dimensão fluvial saltam aos olhos de quem se defronta com ela. O rio é espaço, moradia, elo entre comunidades. Por ser uma fonte de nutrição para humanos e não humanos, por suas margens darem início a muitas cidades, é determinante para toda a organização social formadora da Amazônia antes mesmo de ela ser introduzida nas ações de modernização brasileira. Como já foi dito pelo poeta Aldisio Filgueiras, “O rio comanda a vida”. Desse modo, as presenças do rio e da floresta aparecem como um grande outro em relação aos viajantes de diversas épocas. Tanto europeus quanto brasileiros de outras localidades costumam vê-las quase como o oposto da civilização. O que não se percebe, entretanto, é que esse ideal escamoteia a própria história de discursos que o compuseram. A maioria deles é proveniente de escritores que não nasceram no território, portanto, seu campo de referências é predominantemente ocidental; seus conceitos de civilização estão fundados em uma ideologia que, ao comparar grupos sociais, estabelece uma escala entre eles. Não seria exagero lembrar que toda comparação revela um ponto de vista escolhido, o lugar enunciativo do qual a comparação nasce. Às vezes, sem que se perceba, os discursos sobre a Amazônia inferiorizam-na; outras vezes, porém, esse gesto é intencional.

Na perspectiva de Ana Pizarro (2012, p. 33), as crônicas de viajantes, escritas sob o ponto de vista de “descobridores” ou de missionários, estão entre os tipos de escritos que fazem da Amazônia uma construção discursiva. Nesse material, há relatos de encontros com outras culturas no século XVI, quando a Amazônia é encarada como uma entidade alternativa à cultura europeia. O mais famoso texto do período é de autoria de Frei Gaspar de Carvajal, cronista que acompanhou a expedição guiada por Francisco de Orellana. Enquanto procuravam pelo “País da Canela” em 1542, adentraram o território e nele encontraram, segundo Carvajal, as lendárias Amazonas. Quase um século depois, o português Pedro Teixeira decide navegar o rio Amazonas da cidade de Gurupá, do lado do Atlântico, até a região andina de Quito. A viagem de ida, de 1637, foi a primeira a realizar o percurso, sendo acompanhada pelo cronista Alonso de Rojas. A de retorno, ocorrida em 1639, foi relatada por Cristóbal de Acuña. A publicação do primeiro relato acontece apenas em 1639; a segunda, em 1641. Em comum, os três relatos guardam uma vontade informativa e o recenseamento de riquezas, revelados pelo aspecto descritivo mesclado a tons de fantasia. Como já foi comprovado por historiadores, Carvajal nunca encontrou as Amazonas. Quando Acuña comparou a relação entre os afluentes e o rio Amazonas a uma sociedade hierarquizada, estava em operação uma retórica interessada no domínio europeu. Era preciso convencer o rei a ocupar a região, e a escrita cumpriria essa tarefa.

Viajantes naturalistas do século XVIII compõem outro grande discurso. Em 1735, momento em que eram comuns narrativas de aventuras, histórias de navegação, de maravilhas e curiosidades, Charles-Marie de La Condamine empenha-se em uma viagem científica. Seu interesse era anotar, descrever, classificar, enfim, compor uma taxonomia de espécies vegetais. O que começa no reino das plantas se estende ao animal e ao mineral, de modo que a atmosfera fantasiosa dos cronistas seja substituída pela perspectiva moderna e utilitária. Em suas descrições, nota-se o assombro e a sensibilização com a grandeza natural, assim como a inferiorização de línguas de sociedades julgadas estranhas, por viverem mais próximas da natureza.

A virada do século XIX para o XX conhece um novo tipo de discurso, centrado na exploração de produtos como o caucho e, principalmente, a borracha. Em livros como El proceso de Putumayo (1915), do peruano Carlos Valcárcel, La vorágine (1924), do colombiano José Eustáquio Rivera, e À margem da história (1909), do brasileiro Euclides da Cunha, predominam representações preocupadas com o aspecto social e com a exploração do trabalho no interior da Amazônia. Por um lado, mostram que não há harmonia na relação entre pessoas e natureza, uma vez que a última se mostra resistente a invasores e é nociva aos trabalhadores. Por outro, os textos situam a vida das pessoas na Amazônia em uma escala internacional, sugerindo, por exemplo, conexões entre a extração feita pelos seringueiros e o comércio de exportação brasileiro. Dessa forma, os intelectuais latino-americanos estão mais preocupados em explicitar os abandonos cometidos pelas instituições estatais que se posicionaram em favor da economia global.

Com o avançar do século XX, o universo mítico de populações indígenas, caboclas e afrodescendentes vai sendo “incorporado à literatura ilustrada, entrando num processo de modernização que lhes outorgou outra forma de vida e sobrevivência” (Pizarro, 2012, p. 16). Mário de Andrade escreveu Macunaíma (1928) depois de acessar as pesquisas de Theodor Koch-Grünberg sobre os indígenas da fronteira do Brasil com a Venezuela e de viajar ao Norte do país em 1927. Enquanto viveu em Belém, Raul Bopp coletou narrativas da “boca do povo” e do livro de lendas de Antônio Brandão de Amorim. Com base neles, pôde, então, elaborar Cobra Norato (1931). É possível depreender dos projetos modernistas que a mudança geográfica implica uma mudança de cosmovisão. Suas obras colocam em circulação fontes pouco conhecidas à época e inserem a Amazônia no contexto da produção nacional.

            Ao avaliar a colaboração da Amazônia para a literatura brasileira da década de 1920, Allison Leão (2022, s/p) esclarece que ela foi mais que mero empréstimo temático.

[...] O ponto principal dessa contribuição é que os conteúdos, que vão começar a ser aproveitados da Amazônia para constituição de uma literatura brasileira, precisam passar por um filtro antropológico dos escritores. É preciso ter a visão de que não se vai impunemente a um acervo cultural e se retira elementos de lá sem trazer uma cosmovisão, que precisa ser pensada e processada. [...]

O repertório da cosmovisão amazônica dá a ver uma forma de conhecimento do mundo que excede radicalmente a compreensão ocidentalizada difundida no país. Trata-se de uma tradição viva, que percorre um caminho paralelo ao da história brasileira – e, por isso, é uma tradição sobrevivente. A apreensão dela com finalidades criativas demanda que os autores se dispam de certas concepções de literatura, por estarem acopladas a perspectivas colonialistas decantadas nas formas de arte. É esperado que os autores decididos a trabalhá-la façam-no através da inovação de recursos estéticos, concebendo estratégias mais coerentes com o objeto observado. Ter consciência de que não é possível passar incólume pela experiência de contato com o outro retira os autores do grau de criadores absolutos de suas obras. Eles aprendem a sair de si com a diferença, a experimentar outras maneiras de organizar mundos. No momento em que a cultura amazônica também se infiltra na literatura brasileira, ela transforma suas bases com concepções de vida e epistemologias que sempre estiveram presentes no país, mas ainda não tinham recebido a devida atenção.

Francisco Foot Hardman (2009, p. 26) reconheceu “um paradigma que tem predominado, com pequenas variações, nas representações literárias sobre a Amazônia”. Trata-se, para ele, do “exotismo aquático-vegetal e do mistério de culturas humanas pré-históricas”, traços que perduraram ao longo das obras até aqui mencionadas. Esse quadro irá se modificar apenas nas décadas de 1960 e 1970, quando começarem a circular nomes de autores desejosos de elaborar as próprias autorrepresentações. Nessa época, “já é possível escutar as vozes plurais de uma realidade que, ao evidenciar as hegemonias, também reflete as fraturas, as fissuras, resquícios através dos quais se torna possível escutar as vozes dos vencidos” (Pizarro, 2012, p. 169). Essas vozes eclodem em uma vasta produção romanesca, na qual se destacam, por exemplo, Dalcídio Jurandir, Márcio Souza e Milton Hatoum. Por vezes cruzando literatura, história e cultura, revelam cenas da formação social tanto do interior da floresta quanto do espaço urbano. A particularidade dos autores é que as histórias e as culturas que elas iluminam – de imigrantes árabes, de caboclos e de seringueiros – não precisam mais de mediação. O novo discurso sobre a Amazônia ganha, então, contornos mais autênticos: “as vozes dos vencidos conseguem se manifestar em termos diretos, pois possuem um lugar na memória longa e na memória simbólica” (Pizarro, 2012, p. 169). Com isso, desfazem muitos exotismos e põem em jogo historicidades mais complexas.

            No campo da atuação poética, Luiz Bacellar (Manaus, 1928-2012) foi um dos membros do Clube da Madrugada com maior relevância. Ganhador do Prêmio de Poesia Olavo Bilac (RJ) em 1959 com Frauta de barro, o poeta só viria a publicar o livro em 1963. O livro coloca em evidência o espaço urbano de uma Manaus poetizada, preenchida por uma cultura popular viva e pela decadência das construções arquitetônicas. No parecer assinado por Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e José Paulo Moreira da Fonseca, destaca-se que o domínio da palavra, bem executado pelo poeta,

[...] não esclerosa a poesia de Frauta de barro numa fria arquitetura; o autor, em geral, sabe mesclar a ciência literária a uma efetiva capacidade de emocionar. Seus poemas são humanos, no sentido em que a estesia decorrente dos valores da construção se conjuga a dados de outra natureza, com a fixação de ocorrências vitais, que tão-só ampliam o efeito do poema sobre o leitor. Estamos, pois, nos melhores momentos, diante de um equilíbrio entre valores arquitetônicos e valores dramáticos. [...] (Bandeira; Andrade; Fonseca apud Bacellar, 2011, p. 143)

Em 1968, Luiz Bacellar concorre ao Prêmio de Poesia do Estado do Amazonas com Sol de feira, publicado em 1973. Nele, traz uma reunião de frutos que fazem da Amazônia portadora de um conhecimento específico, oriundo da natureza. Com o poema abaixo, chamado “rondel do tucumã” (Bacellar, 2008, p. 41), há um exemplo do tratamento diferenciado que o poeta confere aos frutos:

do teu minúsculo coquinho

relatam lendas milenárias

brotaram sono, amor, carinho,

a lua e outras luminárias;

onças e pássaros noturnos,

quanto em teu bojo se escondia

dele fugiu com ares soturnos

enquanto o breu se derretia;

 

tu fostes a caixa de Pandora

das tribos mágicas de outrora

e a cor das asas da graúna

saiu de ti como um trovão

para que a filha da boiúna

pudesse amar na escuridão

            Pela ótica de Benedito Nunes (2008, p. 12), ocorre em Sol de feira uma espécie de jogo frutal, em que “cada fruta é uma fruta e mais alguma coisa”. Sempre transferida a “um plano simbólico diversificado”, a fruta amazônica – no caso acima, o tucumã – convoca uma cosmovisão indígena, a qual explica o nascimento da noite a partir do momento em que há a abertura do caroço. No entanto, não se limitando a uma referência de dentro da Amazônia, o poema cruza o nascimento desse mundo com o mito clássico de Pandora, tornando mútuas e conviventes referências culturais distintas.

            Astrid Cabral (Manaus, 1936-) estudou o colegial em Manaus e participou da Sociedade Amazonense de Estudos Literários, espécie de grêmio estudantil que teve acesso à atmosfera da produção modernista pela mediação de membros do Clube da Madrugada. Cursou Letras Neolatinas na Faculdade Nacional de Filosofia, atual UFRJ, e foi professora da primeira turma de docentes da Universidade de Brasília, atuando com Literatura Brasileira. Afastada pela ditadura, presta concurso para o Ministério das Relações Exteriores e torna-se oficial de chancelaria, trabalhando na Embaixada de Beirute, no Arquivo Histórico do Rio de Janeiro e no Consulado de Chicago. Atualmente vive no Rio de Janeiro e é portadora de uma obra expressiva, com mais de uma quinzena de livros com temas bem variados (o luto, a viagem, a cidade de Manaus, o Líbano, a Grécia, os Estados Unidos, etc.). Dentre eles, aquele dedicado exclusivamente à cultura amazônica em toda sua complexidade é Visgo da terra (1986). Por um lado, ela reside em um “arcaico corpo de/ remotíssimo passado anfíbio” em “Por toda parte do rio” (Cabral, 1998, p. 186), revelando a condição aquática de um sujeito poético forjado em mundo natural; por outro, Manaus é a cidade para a qual eram levadas “as franjas do mundo”, conforme “Geografia provinciana”, pois “Europa e Península Ibérica/ surgiam das próprias pedras/ das avenidas e esquinas:” (Cabral, 1998, p. 178.) Também “Neoclássica” (Cabral, 1998, p. 183), com título evocador da Manaus antiga, é representativo da complexidade cultural observada pela poetisa:

Caricatura da Grécia

a Manaus da minha infância

essa Atenas tropical

plantada de paraquedas

entre vegetais e colunas

e doces mares singrados

das proas de canoas e catraia

pelo peloponeso dos baré.

Péricles ditava leis

da gramática clássica.

Sócrates vendia secos

e molhados num sobrado.

Aristóteles tocava piano

em saraus e boates.

Platão vestido de padre

confessava caboclos ribeirinhos.

Ulisses fazia périplos

e peripécias no liceu

de mestres peripatéticos.

 

Tinha até chave de ouro

da Academia de Letras:

um Parnaso com rimas retumbantes.

            Astrid Cabral ironiza as referências classicizantes embutidas nos nomes das personagens e nas formas de arte encontradas no espaço urbano. Há um contraste evidente entre ideologias importadas e a população brasileira no interior da Amazônia. Apesar de todo o esforço de adesão à esfera cultural estrangeira, os modos de vida da “Atenas tropical” distanciam-se radicalmente do modelo. Como em muitos outros lugares do Brasil, que também tiveram seu pendor para o gosto europeu, a cidade não passa de uma imitação grosseira.

            O compositor, poeta e jornalista Aldisio Filgueiras (Manaus, 1947-) também estudou em Manaus, no Colégio Dom Pedro II, e participou do Grêmio Literário Mário de Andrade. Com uma obra interessada nas coisas da terra e no contexto político do tempo, observou aspectos do homem do interior e da cidade. Em 1968, foi ganhador do concurso da União Brasileira de Escritores (seção Amazonas) com um livro chamado sintomaticamente de Estado de sítio, escrito entre 1965 e 1967. Apesar de impresso, não houve a circulação adequada em virtude do AI-5. Com isso, exemplares foram encontrados na rua. Em “Estudo” (Filgueiras, 2004, p. 32), o leitor está diante de uma paisagem comum ao homem amazônico. Indicativa de temperamentos e tipos de vida, ela é símbolo da mudança, do dinamismo que a representação literária pode alcançar. Se tem a energia de um atleta, remetendo à configuração grandiosa que a natureza costuma receber, também não é indestrutível, muito menos edênica. O “estudo” indicado pelo título sugere uma atenção mais aprofundada do poeta, expressando um pouco mais que a mera beleza natural.

O rio tem força

e fôlego de atleta


largo peito e ancas

em breves estreitos

 

mas o rio

não é de ferro

 

ele descansa

às vezes em fundas

lagoas mansas de sono

e peixes traiçoeiros

“Confraternização universal” (Filgueiras, 2004, p. 76) é um exemplo da inflexão política do autor. A crítica tecida no poema recai sobre as palavras defensoras de uma suposta paz. A veiculação delas esconde ideologias controladoras da sociedade brasileira. Apesar disso, seus efeitos ainda podem ser sentidos sobre o corpo social, metaforizado no corpo do poeta.

discursos de paz

criam mansos

galos roxos

na minha cabeça

No século XXI, novas vozes de dentro e de fora da Amazônia começam a ser ouvidas. Uma delas é de Lucas van Hombeeck (Rio de Janeiro, 1991-), mestre em Sociologia pela UFRJ e autor de Pará ocidental (2019). Conforme depoimento do próprio Hombeeck, o livro contém um interesse coerente com fenômenos da economia contemporânea.

[...] Pará ocidental, apesar de evocar a ideia de espaço geográfico, está muito mais associado ao processo de ocidentalização e modernização, que é desterritorializado. Então, quando falo de Pará ocidental, não estou propriamente falando de uma geografia: é uma definição mais qualitativa mesmo, que está em toda parte e parte nenhuma. [...] (Hombeeck apud Coelho, 2019, p. 67)

Fazendo alusões às obras Max Martins, Age de Carvalho, Dalcídio Jurandir e Milton Hatoum, Lucas van Hombeeck simboliza uma Amazônia conectada a um processo histórico do mundo. Quando mescla a vida íntima das personagens com que o sujeito poético se defronta à vida da cidade de Belém, expõe um novo desenho social. O autor deposita redes de tecnologia, ritmo do brega, do rock, informações da internet e política em seus poemas. Com efeito, revela hibridismos mais intensos, resultados dos fluxos da economia globalizada.

Encontra-se nos estudos Stuart Hall (2009, p. 71) uma categoria produtiva para fazer uma espécie de balanço da produção cultural que edifica imagens da Amazônia. Para ele, o “hibridismo não é uma referência à composição racial mista de uma população. É realmente outro termo para a lógica cultural da tradução. Essa lógica se torna cada vez mais evidente nas diásporas multiculturais e em outras comunidades minoritárias e mistas do mundo pós-colonial”. Além disso, o hibridismo não se refere a indivíduos híbridos em oposição a seres “tradicionais” ou a “modernos”, como se a partir deles houvesse uma linha evolutiva a ser seguida. No hibridismo, não existe promessa de fechamento celebrativo ou saída das condições complexas (sempre conflituosas). Por essa razão, demanda que culturas revejam seus sistemas de referência, normas e valores, a fim de se afastar de categorias antigas como adaptação ou apropriação.

A Amazônia é uma região formada por fluxos que conectaram populações indígenas a não indígenas em toda a sua história. Se adotada essa perspectiva, ficaria mais claro que a produção lítero-visual sobre ela oferece uma cultura viva, dinâmica e mutável, a qual nunca esteve isolada de cadeias de sentido mais amplas.

Por Fadul Moura

Referências

AMAZÔNIA LATITUDE. Uma Amazônia que se projeta na literatura modernista. Entrevista a Allison Leão. Disponível em: https://www.amazonialatitude.com/2022/03/16/cobra-norato-macunaima-amazonia-que-se-projeta-na-literatura-modernista/. Acesso em: 10 ago. 2024.

BACELLAR, Luiz. Frauta de barro. 9. ed. Editora Valer: Manaus, 2011.

BACELLAR, Luiz. Sol de feira. 7. ed. Manaus: Valer, 2008.

CABRAL, Astrid. Visgo da terra. In: De déu em déu: poemas reunidos (1979-1994). Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998, p. 156-229.

COELHO, Eduardo. A poesia do “coração brechó”. In: HOMBEECK, Lucas van. Pará ocidental. Rio de Janeiro: 7Letras, 2019, p. 67-73.

FILGUEIRAS, Aldisio. Estado de sítio. 2. ed. Manaus: Editora Uirapuru, 2004.

FOOT HARDMAN, Francisco. A Amazônia como voragem da história: impasses de uma representação literária. In: A vingança da Hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a literatura moderna. São Paulo: Editora UNESP, 2009, p. 25-35.

HALL, Stuart. A questão multicultural. In: Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução de Adelaine La Guardia Resende (et al.). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009, p. 49-94.

HOMBEECK, Lucas van. Pará ocidental. Rio de Janeiro: 7Letras, 2019.

NUNES, Benedito. Apresentação. In: BACELLAR, Luiz. Sol de feira. 7. ed. Manaus: Valer, 2008, p. 11-12.

PIZARRO, Ana. Amazônia: as vozes do rio – imaginário e modernização. Tradução Rômulo Monte Alto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

RAMOS, Julyan Machado. Incorporação e integração da Amazônia: perturbação da colonialidade. Disponível em: https://www.amazonialatitude.com/2019/12/17/incorporacao-e-integracao-da-amazonia-perpetuacao-da-colonialidade/. Acesso em: 10 ago. 2024.

SOUZA, Márcio. Afinal, quem é mais moderno neste país. Estudos Avançados, vol. 19, nº 53, p. 87-96, 2005.

SOUZA, Márcio. A expressão amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo

Fadul Moura possui doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (com bolsa de estudos concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e mestrado em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas. Além de atuação no Ensino Básico, também foi professor de Teoria Literária e Literaturas de Língua Portuguesa na Universidade Federal do Amazonas e de Literatura Brasileira na Universidade Federal de Minas Gerais. Dedica seu trabalho ao estudo de Poéticas Modernas e Contemporâneas; Literatura, Memória e História Cultural; relações entre Literatura e Outras Artes. É autor do livro de poemas intitulado Travessia por (Laranja Original, 2022).

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